Polo Salinas
A microrregião piloto de Salinas está localizada no Estado de Minas Gerais sendo composta por 8 municípios, seis deles estão localizados na Mesorregião Norte de Minas (Grão Mogol, Fruta de Leite, Novorizonte, Padre Carvalho, Rubelita e Santa Cruz de Salinas) cujo Salinas e Grão Mogol figuram como micro região quando se refere a planejamento do estado. Os outros dois municípios estão situados na Mesorregião do Jequitinhonha (Coronel Murta a Virgem da Lapa).
A escolha de tais municípios para compor essa microrregião piloto de Salinas, em primeiro momento se dá pela relação de prestação de serviços já existente entre o município de Salinas e os demais municípios. Em segundo, pelo potencial minerário e da biodiversidade que existe nesses municípios. E também por estarem ligados pelas rodovias BR 251 e MG 342.
Apesar da Microrregião piloto levar o nome de Microrregião de Salinas, o município de Salinas irá compor a microrregião como um município polarizado devido seu histórico de referência na prestação de serviços diversos, e abastecimento para os demais municípios da microrregião.
Boa parte dos municípios que compõem a microrregião piloto obteve emancipação na década de 1990 e exibe uma população reduzida, bem como uma cadeia produtiva limitada. Consequentemente, a dinâmica econômica se traduz em uma renda per capita reduzida e uma proporção significativa de sua população vivendo em condições de pobreza. Alguns municípios dependem principalmente de repasses do governo federal e estadual, com o Fundo de Participação dos Municípios desempenhando um papel crucial como sua principal fonte de recursos financeiros.
O desbravamento da região de Salinas foi feito pelos bandeirantes oriundos da Bahia, que, sob o comando de Antônio Luís dos Passos, bateram aquelas terras na cata de riquezas. A gleba mineira, generosa como sempre, ofereceu ao desbravador, abundantes jazidas de sal, produto, então escasso e, por isso mesmo, de elevado preço. Tal descoberta contribuiu, sobremaneira, para o povoamento daquela região, onde hoje se ergue a cidade de Salinas.
D. Faustina Fernandes Pessoa, que era a proprietária dos terrenos, doou uma grande área para que nela se erguesse uma capela sob a proteção de Santo Antônio, e para que os fiéis construíssem ali suas casas. Estava lançada a semente de um novo povoado. Tão logo foi levantada a capelinha, os exploradores das jazidas, aproveitando-se da oferta daquela bondosa Senhora, construíram suas casas, ao redor do templo, crescendo o arraial de Santo Antônio de Salinas, pertencente a Rio Pardo de Minas.
O nome do povoado foi em homenagem ao padroeiro e em referência às jazidas da região. Progredindo o lugar, foi, pela Lei provincial número 730, de 16 de maio de 1855, criada a freguesia de Santo Antônio de Salinas, por desmembramento de Rio Pardo. Aliás, naquele ano, em 15 de fevereiro, conforme anotações no livro de Contas da freguesia, D. Ana Maria de Araújo fez doação do terreno para o cemitério local.Com o esgotamento das jazidas, os habitantes daquelas paragens, dada à excepcional qualidade das terras, voltaram-se para a pecuária e a agricultura, onde iriam assentar a base econômica da região. Na formação definitiva do lugar, aparece o Sr. Vicente Ferreira Costa, cuja numerosa família pode ser considerada como pioneira da terra salinense.
Josenópolis teve seu inicio em 1909. Existiam aqui duas fazendas, sendo seus proprietários, Manoel José Lino e Domingos Ramalho, que residiam nessas fazendas. O lugar era chamado Barreiras. Em 1911, um padre conhecido por José de Carvalho, fez fez uma reunião com os senhores José Lino Martins, Manoel José Lino, José Luiz Gonzaga e José Fidelis, onde ficou decidido que seria construída uma igreja, uma escola e um cemitério.
Assim que terminasse a construção da igreja, o padre traria uma imagem de São José. A partir daí, Barreiros recebera o nome de Josenópolis, que foi lutando contra as dificuldades. Os moradores iam à cavalo para o Arraial da Serra, hoje Grão Mogol, para buscar seus mantimentos. Outros iam caminhando, numa viagem que durava até cinco dias. Naquele tempo não existiam estradas de rodagem, até que, corajoso, o Senhor Antônio Torneiro, reunindo alguns homens, abriram uma estrada à mão, já que não haviam máquinas. Esta estrada é a estrada Manoel Maria.
Por ela trafegava uma vez por mês um carro carregado de sal para ser dividido entre todos os moradores da região. Aos poucos Josenópolis foi desenvolvendo. Mais tarde ganhou a iluminação gerada por motor a diesel, que funcionava das dezoito às vinte e uma horas. A água era distribuída de uma torneira da qual usufruíam os moradores locais.
Distrito criado com a denominação de Josenópolis, pela lei estadual n°. 2764, de 30-12-1962, subordinado ao município de Grão-Mogol. Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o distrito de Josenópolis, figura no município de Grão-Mogol.As sim permanecendo em divisão territorial datada de 1991. Elevado à categoria de município com a denominação de Josenópolis, pela lei estadual n°. 12030, de 21-12-1995, desmembrado de Grão-Mogol. Sede no antigo distrito de Josenópolis. Constituído do distrito. Instalado em 01-01-1997. Em divisão territorial datada de 2003, o município de constituído do distrito sede.
No Indaiá, então distrito do município de Salinas/MG, residia um senhor fazendeiro, cuja Fazenda Córrego da Xícara lhe pertencia. Produzia muito café, bovinos, fabricava cachaça e cultivava lavouras em geral. Este fazendeiro cujo nome era João Bernardino de Souza, o popular João Davilino, dentro de suas atividades era um homem popular e muito trabalhador. Além de seu trabalho cotidiano exercia outras atividades, tais como: Inspetor de Quarteirão (o equivalente a Auxiliar de Delegado), era também Inspetor da Escola Municipal de Indaiá, que funcionava em um grupo escolar construído por conta própria, juntamente com dois amigos, também fazendeiros na região do Indaiá: o Sr. Adão Rufino da Silva e o Sr. Macário de Almeida. Isto por volta de 1934.E assim seguiu no desempenho em prol de seu trabalho comunitário, e com o decorrer do tempo, em 1948, seus líderes políticos lhe fazem o convite para participar das eleições como candidato a vereador. Esta eleição foi realizada no dia quinze de novembro de 1947 e o Sr. João Bernardino não foi eleito. João Bernardino não sendo eleito ficou muito aborrecido por falta de apoio naquele povoado, pois lá tinha 16 casas e 8 delas eram suas.
Por isso resolveu mudar do Indaiá.No início de 1949 ele mudou-se para o estado de São Paulo, para um lugar chamado São João do Pau D´Alho, e por lá comprou um terreno de matas nativas, cultivando café e outras lavouras brancas. Mas sempre vinha dar assistência na sua fazenda que rodeava o Indaiá.
Ele tinha um grande desejo de construir uma igreja cuja padroeira fosse Nossa Senhora da Conceição. Próximo do Indaiá havia uma chapada com extensão de planície muito boa, de um lado pertencia à família Almeida e do outro à família Ferreira.Realizou a primeira reunião, isto foi no dia 15 de agosto de 1953, onde participaram 23 pessoas. O assunto foi para formar uma Igreja no lugar chamado Novo Indaiá, o que foi aceito pelas famílias Almeida e Ferreira, doando o terreno para a realização desta obra.
Foram doados os recursos financeiros para a construção da Igreja pelos participantes, que se fizeram presentes naquela data.Logo após, João Bernardino formou uma diretoria composta de sete membros, como a comissão de construção. A partir do dia 03 de setembro de 1953, em mutirão reuniram-se no local para medir e desbravar a praça onde ia ser construída a Igreja, vinte e cinco homens de ferramentas nas mãos, machado, foice, enxadão, facão, etc. E ao terminarem a medição da praça da Igreja, seguiram a explorar como seria feito o abastecimento de água, pois a distância era de aproximadamente dois quilômetros. E em seguida, João Bernardino deu início aos trabalhos, limpando o terreno onde construiu dois cômodos, uma casinha e um quarto de dormida.
O trabalho seguiu com a base da Igreja, e como a dificuldade era grande demorou muito a ser construída. João Bernardino demoliu todas as casas que tinha no Indaiá e trouxe o material para reconstruir outras ao redor da Igreja.Doutor Costa era o prefeito de Salinas, como prefeito lhe fez uma visita neste lugar, que ainda se chamava Novo Indaiá, em 06 de outubro de 1953 – Dr. Costa deu uma voltinha naquela chapada e disse a João Bernardino: ‘ isto aqui é um muito bonito, é um horizonte’. Por isso foi colocado o nome de Novorizonte, pois merece um nome bonito e foi aceito, e assim conversavam o dois. Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de Novorizonte, pela lei estadual nº 12030, de 21-12-1995, desmembrado de Salinas. O distrito sede foi instalado em, 01-01-1997.
Distrito criado com a denominação de Padre Carvalho, pela Lei Estadual n.º 2.764, de 30-12-1962, subordinado ao município de Grão-Mogol.Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o distrito de Padre Carvalho figura no município de Grão-Mogol.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VI-1995.Elevado à categoria de município com a denominação de Padre Carvalho, pela Lei Estadual n.º 12.030, de 21-12-1995, desmembrado de Grão-Mogol. Sede no antigo distrito de Padre Carvalho. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997.Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído do distrito sede.Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
A história nos mostra que o município de Rubelita teve seu início por volta de 1876, quando o primeiro Manoel Honório da Bandeira aqui chegou e construiu uma Igreja, cujo Padroeiro é o Senhor Bom Jesus. Por esta razão a primeira denominação recebida foi Bom Jesus de Salinas, pelo fato desta região pertencer à época a cidade de Salinas. Depois de alguns anos por serem realizadas no povoado as festas religiosas com entrega de bandeira, sendo uma delas permanentemente hasteada em louvor a Bom Jesus, a denominação do povoado passou a ser Bandeira.
Por volta de 1838 o povoado passou a denominar-se RUBELITA em razão da descoberta de uma jazida de pedras semipreciosas de mesmo nome, pertencente a família das turmalinas. Tal descoberta atraiu muitos garimpeiros que aqui fizeram residência, vivendo da extração mineral e também da pecuária e da agricultura. Em 31 de dezembro de 1942, pela Lei nº 1058, foi criado o distrito de Rubelita, circunscrito ao Município de Salinas. Em 01 de março de 1963, pela Lei nº 2764, de 30 de dezembro de 1962, foi criado o Município que é constituído unicamente pela sua sede, não tendo nenhum outro distrito. Possui dois povoados, denominados Lagoa de Baixo e Amparo do Sitio.
O Município de Rubelita apresenta como principais rios: Rio Salinas, Rio Vacarias e Rio São José. O clima é tropical de savana, com inverno seco e verão chuvoso, segundo classificação do Kopen, e a vegetação se divide entre cerrado, campos e matas.ASPECTOS ECONÔMICOS – Atividades do setor primário constituem a principal base da economia do Município de Rubelita. As pessoas que trabalham neste setor representam 87,4 % da população ocupada do município.
A utilização das terras engloba culturas alimentares, pecuárias e atividades extrativas. De acordo com as informações intercensitárias, a ocupação do solo com a exploração agrícola revela um predomínio de culturas de subsistência, principalmente milho, feijão, mandioca e cana-de-açúcar. As lavouras permanentes têm ocupado uma área consideravelmente menor no município de Rubelita. Entre as lavouras estão as bananas, manga, laranja, coco da Bahia, maracujá e café. Nos anos 80 o cultivo de café ocupava a primeira posição e área colhida. No entanto, houve um declínio, seguindo a trajetória das demais lavouras permanentes. Não existindo mais o cultivo de café de forma expressiva como no passado. A atividade pecuária é diversificada, mas a produção apresenta-se modesta em relação ao desempenho de outros municípios da região.
O território onde situa o município de Santa Cruz de Salinas foi parte integrante da antiga fazenda Santa Cruz, existente na região, e que pertencia à família Gomes Cardoso. Essa região fazia parte da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Rio Pardo, província de Minas Gerais.
A fazenda Santa Cruz era ponto de pousada de tropeiros que faziam a rota da Bahia, trazendo sal para a região de Rio Pardo e levando mantimentos. No ponto de pouso dos tropeiros surgiram algumas vendas. As senhoras Gomes Cardoso, herdeiras da fazenda Santa Cruz doaram parte de suas terras para a formação de um vilarejo. A partir de então, as primeiras casas foram construídas, destacando entre elas uma capela (demolida para a construção da Igreja Matriz), que ganhou a imagem de Bom Jesus, o seu padroeiro. O vilarejo, por estar situado na fazenda Santa Cruz, passou a ser conhecido por este nome.
Em 1887, foi criado o município de Salinas, pela Lei Provincial 3.845 de 04/10/1887, com território desmembrado do Município de Rio Pardo de Minas e estendendo-se até a fazenda Santa Cruz que já havia iniciado uma povoação como o nome de Povoado de Santa Cruz.
Com o crescimento do povoado, a localidade foi elevada à categoria de Distrito pela Lei Estadual 556 de 30/08/1911 já com o atual nome de Santa Cruz de Salinas. Por volta de 1920, para expandir os domínios políticos exercidos pelo Coronel Idalino Ribeiro, o seu companheiro e grande amigo, o Tenente Felismino Henriques de Souza, instalou uma loja de tecidos no Distrito e passou a comandar a localidade, fazendo amizade com os que já viviam na região e também adquiriu terras e instalou um engenho de cana-de-açúcar onde alambicava muita aguardente na ‘Fazenda do Engenho’. Em 1929 o Tenente Felismino trouxe toda sua família, para a vila de Santa Cruz de Salinas.
Juntamente com sua esposa dona Maria Caetana de Souza, os filhos solteiros (Antônio, Elvina, Anita e Osmário), os casados (Elizeu, casado com Florinda; Elvira, casada com Artur), acompanhados dos filhos e filhas; vieram também sobrinhas, sobrinhos e mais parentes casados, que também trouxeram suas famílias.Permaneceu em Salinas o filho casado José Henriques, casado com dona Lelé, que exercia o cargo de Coletor. Esta numerosa família passou a exercer grande influência política, econômica e cultural no desenvolvimento do lugar.
Outro marco importante dessa época foi a passagem de membros da Coluna Prestes pelo Distrito, cujos componentes eram conhecidos como ‘os revoltosos’.A sua emancipação política ocorreu em 1995, pela Lei Estadual 12.030, de 22/12/1995.Distrito criado com a denominação de Santa Cruz de Salinas, pela lei estadual nº 556, de 30-08-1911, subordinado ao município de Salinas.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito Santa Cruz de Salinas figura no município de Salinas. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Santa Cruz de Salinas permanece no município de Salinas. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1991. Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Cruz de Salinas, pela lei estadual 12030, de 21-12-1995, desmembrado de Salinas. Sede no antigo distrito de Santa Cruz de Salinas. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997. Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído do distrito sede.
O município de Virgem da Lapa foi fundado por um rico português de nome Antônio Pereira dos Santos (capitão-mor), senhor de numerosa escravatura, que se estabelece no lugar denominado ‘Água Suja’, do município de Minas Novas. A fundação de Virgem da Lapa se deu em 1729, conforme descreveu Leopoldo Pereira, em seu livro intitulado ‘O Município de Arassuahy’, escrito em 1913.
Naquela época, em 1729, por carta régia, obteve, por doação, extensos terrenos na margem esquerda do rio Araçuaí e à direita do Jequitinhonha, transferindo, então, para o lugar denominado ‘Pega’, com fazenda de lavoura e criação. Foi, portanto, Antônio Pereira dos Santos, o primeiro colonizador de Virgem da Lapa, ‘ex-São Domingos’. Deixou numerosa família. Uma de suas filhas casou-se com o Dr. José Pereira Freire de Moura, formado em direito e matemática pela Universidade de Coimbra, advogado então em Minas Novas. Por ocasião da Inconfidência Mineira, ele, que fora colega de Cláudio Manoel da Costa e outros homens eminentes em Coimbra, implicou-se na revolta.
Consta que antigamente, quando pelas ruas passava o préstito do rei do rosário, os negros, em vez de flores, lhe atiravam folhetas de ouro. Virgem da Lapa já exportou, antigamente, em escala regular, para a Bahia, os célebres cobertores denominados de ‘Minas Novas’ e o pano de algodão tecido em teares de mão, que no interior daquele Estado servia para roupas de escravos e para ensacar sal. A paróquia foi criada pela lei 167 de 1840. Foi suprida pela lei 1578 de 1868 e seu território incorporado à freguesia de Santo Antônio de Salinas, sendo depois esta lei revogada pela de Nº 1663 de 1870. Virgem da Lapa foi elevada à categoria de vila pela lei estadual Nº 2, de 14/09/1891, desmembrada do município de Minas Novas e anexada ao de Araçuaí. Em 1948, pela lei estadual Nº 336 de 27/12/1948, foi elevada à categoria de cidade. Nessa época é que a Virgem da Lapa perdeu o seu antigo nome de ‘São Domingos do Arassuaí. A Virgem da Lapa recebeu esse nome em homenagem à Senhora da Lapa. Quem nasce em Virgem da Lapa é virgolapense.
A cidade tem este nome pela presença em sua vegetação de uma grande quantidade de uma fruta comestível adocicada chamada fruta de leite.
Sua emancipação ocorreu no dia 12 de dezembro de 1995 e a padroeira da cidade é Santa Izabel.
Distrito criado com a denominação de Fruta de Leite, pela Lei municipal nº 1435, de 30-12-1993, subordinado ao município de Salinas.
Elevado à categoria de município com a denominação de Fruta de Leite, pela Lei estadual nº 12030, de 21-12-1995, desmembrado de Salinas. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1997. Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído do distrito sede.
O povoado Serra de Santo Antônio do Itacambiraçu, atual Grão Mogol, teve sua origem relacionada à descoberta de diamantes no final do século XVIII. No ano de 1839, o lugarejo era chamado de Arraial da Serra de Grão Mogol e logo passou a atrair pessoas do país e estrangeiros (portugueses, franceses, alemães, entre outros europeus), que, provavelmente, atuavam na exploração de diamantes.
O local passou a destacar-se por movimentar o comércio de diamantes explorados inicialmente de forma clandestina. Isso passou a incomodar a Coroa Portuguesa que logo enviou um representante para assumir o controle da exploração e comercialização dos diamantes. No ano de 1840, o arraial evolui para Vila Provincial e no mesmo ano foi transformado em Distrito.
Só no ano de 1858, Grão Mogol recebeu a categoria de cidade. Durante décadas, Grão Mogol destacou-se como a mais importante cidade da região Norte Mineira. O processo de decadência da exploração das minas de diamantes, ocorrida especialmente após a década de 1960, coincidiu com a emancipação de parte do território de Grão Mogol e com a criação dos novos municípios de Itacambira, Cristália e Botumirim.
Ainda nesse período, a falta de oportunidade de emprego fez com que os moradores locais iniciaram um processo de migração em direção às cidades próximas e a grandes centros urbanos como São Paulo. Com isso a cidade estagnou no seu crescimento e a sua população residente decresceu. No entanto, o conjunto de prédios históricos e as manifestações culturais continuam como heranças marcantes daquela época, preservadas pelo tempo, constituem-se em atrativos turísticos potenciais para o município.
Segundo historiadores, a região que compreende o atual município de Coronel Murta teve como primitivos habitantes os índios trocoiós e botocudos. A penetração do homes branco, feita através de Julião Fernandes e outros, foi o principal motivo do desaparecimento progressivo dos silvículas.
Já por volta de 1908 começava a despontar, em local pitoresco, às margens do Rio Jequitinhonha, município de Araçuaí, a povoação denominada ‘Boa Vista’, tendo como fundador o então Deputado Estadual Coronel Inacio Carlos Moreira Murta. Por este motivo o município tem hoje o nome de Coronel Murta.
Pela lei Estadual nº 843, de 07/09/1923 o povoado de Boa Vista foi elevado à categoria de distrito com o nome de Itaporé, em território do município de Araçuaí. Pela lei Estadual nº 336, de 27/09/1948, Itaporé desligou-se de araçuaí para fazer parte integrante do município de Virgem da Lapa, emancipado pela mesma lei. Pela lei Estadual nº 1039, de 12/12/1953, Itaporé foi elevado à categoria de município com seu topônimo alterado para Coronel Murta, formado por três distritos: sede, Barra de Salinas e Freire Cardoso.
A história de Coronel Murta é repleta de fatos contados de geração para geração, envolvendo desde a atuação dos índios tocoiós, a família Murta, o chamado ‘grupo baiano’ e os garimpeiros, até elementos bastante pitorescos.